Por Kennedy Michiles*

O final de 2023 e o começo de 2024 andaram me fazendo passear por laboratórios de análises clínicas, consultórios, hospitais e centros de diagnósticos. Nada do outro mundo, mas aquele velho e bom “se liga!”.

Nessas andanças, não pude deixar de notar o quanto são irritantes, deficitários e burros os sistemas de atendimento a esses serviços. Vou focar apenas nos totens para retirada de fichas. Alguém precisa urgentemente falar para essa galera da área de saúde sobre UX (design e writing) e inteligência artificial.

No totem, o cliente preenche o procedimento num teclado virtual (QWERTY) com letras em tamanhos minúsculos e campos com fontes menores ainda – Foto: Acervo pessoal

Imagina: você chega na recepção e fala: “Alexa, quero fazer um exame de sangue” ou “Siri, tenho uma consulta agendada com Dra. Maria José”… Pronto: recebe uma ficha e segue. E isso nem é tão complicado assim.

O ápice da “desinteligência natural” aconteceu numa das principais redes de laboratórios aqui do Recife que, por sua vez, pertence a uma das maiores redes do País. A coisa mais tosca que eu já vi. Você chega na recepção, se dirige ao totem e tem que preencher o procedimento que deseja num teclado virtual (QWERTY), com letras em tamanhos minúsculos e campos com fontes menores ainda. Merece um estudo de caso – negativo, claro.

A tecnologia na área de saúde custa muito caro, muito mesmo. No entanto, é um investimento que se justifica. Quando bem aplicado, o retorno é quase que imediato. Não apenas do ponto de vista financeiro, mas na qualidade dos serviços mesmo. Tanto na área pública quanto na privada.

O reverso também é perversamente verdadeiro. E em todos os níveis. E quando a gente se depara com um simples totem que os caras conseguem deixar a coisa mais complicada e ineficiente – a ponto de necessitar de um operador – chega dá uma dor no coração (metáfora, viu gente? Tá tudo bem e nenhum totem saiu ferido durante a elaboração desse texto).

Kennedy Michiles é consultor em Comunicação Corporativa e em Gestão de Crise de Imagem e publicou o texto acima no seu perfil no LinkedIn

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