“A Inteligência Artificial não vai substituir os médicos. Os médicos que não usarem Inteligência Artificial serão substituídos.” É isso que defende o sócio da PickCells, empresa embarcada no ecossistema do Porto Digital, o parque tecnológico de referência no País, que visa potencializar a atuação das médicas e dos médicos à medida que a IA avança no mundo. 

Inteligência Artificial no diagnóstico: como a tecnologia atua na saúde (Imagem: PC Pereira/Porto Digital)

Pode parecer futurista, mas é presente. Imagine você, paciente, recebendo seu laudo com mais celeridade. Imagine você, profissional da saúde, recebendo análises clínicas de imagens a partir de uma imersão no prontuário do paciente. 

“A  PickCells surgiu com a veia de utilizar a IA dentro da área de saúde, das ciências da vida, acelerando o  diagnóstico, otimizando processos laboratoriais”, descreve o sócio Rodrigo Paiva. Ele explica que a solução digital constrói resultados desde análises clínicas – analisando imagens e reconhecendo padrões por meio  da IA – até o apontamento para o veredito final dos especialistas. O modelo já chegou na África, Suíça e nos Estados Unidos. Já foi utilizado mais de 1 milhão de vezes.

“Já é possível analisar resultados de exames laboratoriais, como resultado de hemogramas, exames complementares de check-up”, lista Rodrigo. A IA consegue analisar desde laudo até o risco e a patologia que o paciente tem. Isso reflete diretamente na expectativa de vida dos pacientes, uma vez que têm o nível de urgência de atendimento definido pela IA, bem como a patologia identificada para realização do tratamento.

A dinâmica é mais simples do que parece: em um exame de detecção de câncer cervical, por exemplo, o profissional que está analisando a amostra faz um upload da imagem do que representa o que ele está observando. A  plataforma tem um modelo inteligente que classifica o padrão da imagem celular, marca a área que representa alguma alteração e pede pra confirmar se aquele achado é um achado de fato. Na parte de exames laboratoriais, o profissional de saúde faz o upload do exame na plataforma e recebe como retorno uma classificação de risco e uma explicação sobre o risco – se baixo, moderado ou alto. De acordo com os resultados, ainda pode-se cruzar os dois mundos.

Inteligência Artificial aumenta qualidade de vida de pacientes oncológicos  

O CEO da PickCells Paulo Melo explica que o número de patologistas, médicos que fazem análises das biópsias dos pacientes com câncer, tem caído no mundo, enquanto a quantidade de solicitação de exames tem aumentado. Como se resolve essa equação? “Existe uma lei, desde 2019, que decreta que o exame de biópsia tem que ser entregue em 30 dias. Já o tratamento, iniciado em 60 dias”, explica  Paulo. “Na  prática são 6 mil laboratórios de patologia para  atender todo o país, sendo 2 mil atendendo o Sistema  Único de Saúde (SUS).”

“No  SUS, o atendimento dos pacientes é por ordem de chegada. Já a ferramenta da PickCells define o atendimento de acordo com o estado mais crítico da  doença, podendo sugerir um internamento, por exemplo. Os hospitais não têm a previsibilidade que a IA dá. Às vezes encontramos situações críticas em relação a leitos ambulatoriais e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Com essa previsibilidade, podemos ajudar todo o sistema de saúde e principalmente o paciente – afinal, o nosso foco é como melhorar a jornada do paciente fazendo com o que ele tenha uma qualidade de vida melhor”, conclui Paulo Melo.

Comments are closed, but trackbacks and pingbacks are open.