Focada no desenvolvimento de soluções com uso de Inteligência Artificial e robotização para a automatização de processos, a deep tech Di2win, embarcada no Porto Digital, tem se destacado no mercado nacional. Um dos motivos é a posição de liderança com 25 registros de propriedade intelectual. Mas o que é uma deep tech?
Esse foi o nome escolhido para traduzir as “tecnologias profundas” (num português claro), que têm como função soluções baseadas em descobertas científicas que gerem impacto direto à sociedade. No caso da Di2win, o CEO Paulo Tadeu explica que esse modus operandi está fundamentado no DNA do grupo há mais de 25 anos.
“Desde o início fazemos tecnologia do zero. Para processar documentos complexos, fui buscar na Academia, que está com a gente desde sempre. Como sabia que o negócio da gente era de ativo não tangível, o conhecimento, a forma de tangibilizar é registrar seu conhecimento”, defende Paulo.
De acordo com o relatório ‘Deep Tech: The New Wave’ do Laboratório de Inovação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (IDB Lab), o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking com maior número de empresas focadas em deep techs.
Essa área tem uma movimentação aproximada de R$38 bilhões (US$8 bilhões) com potencial para crescer ainda mais. A pesquisa também mostra que a América Latina tem um ecossistema de 340 startups do segmento deep tech, sendo 101 delas brasileiras.
Em contrapartida, segundo o presidente do Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI), Júlio César Moreira, 75% das patentes registradas no país são de estrangeiros. Entre as brasileiras, 25 delas são fruto de ação da Di2Win. “Para minha grande surpresa, ninguém faz isso. Fazem a solução, que fica rodando sem o registro”, explica Paulo.
No Brasil, de forma resumida, desde 1970, quem deseja obter o registro sobre uma propriedade intelectual deve pleitear seu registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para conservar as garantias legais. De acordo com Paulo, o processo leva cerca de dois anos.
Segundo o CEO, o registro é a forma de preservar o seu conhecimento, sem que, daqui há 10 anos, outra pessoa registre a sua ideia e diga que é você que está usando um conhecimento que não é seu: “O registro garante que aquilo foi você que fez e que o conhecimento é unicamente seu. Quem quiser usar vai ter que pedir permissão. Por ser único, tem seu valor.”
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