Um objetivo promissor: criar o primeiro ecossistema brasileiro de empresas de tecnologia na Europa. É a partir desse anseio que nasce o Porto Digital Europa, que iniciou o processo de internacionalização em 2022, recebeu um espaço provisório da Câmara Municipal de Aveiro, em Portugal, no ano de 2023, e agora, no segundo semestre de 2024, inicia as atividades de forma efetiva em um local definitivo, na área histórica da cidade de Aveiro.
O braço do Porto Digital em terras europeias, conta João José Barbosa, Country Manager do PD Europa, abrange uma rede de parceiros que inclui a Câmara Municipal de Aveiro, a APEX BRASIL, o Sebrae, a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Governo de Pernambuco, a Universidade de Aveiro, o Parque de Ciência da Região Centro, a TECPARQUES Portugal, além de empresas e startups interessadas no processo de internacionalização.
“O Porto Digital Europa foi criado com o objetivo de ser o grande ecossistema de empresas de tecnologia brasileiras que se querem internacionalizar no mercado europeu, e foi pensando nisso que desde a primeira hora tentamos engajar neste projeto os parques de tecnologia brasileiros. Hoje temos Memorando de Entendimentos (MOUs) assinados com muitos deles”, conta João.
“O programa de internacionalização do Porto Digital Europa tem como principal objetivo apoiar as empresas embarcadas a fazer negócios na Europa e a nossa incubadora/aceleradora será focada nesse processo. No entanto é também importante termos soluções para startups de TRLs (technology readiness level) mais baixos e institutos de inovação que queiram fazer pesquisa com instituições europeias. Foi nesse sentido que estabelecemos parcerias com a Universidade de Aveiro e com a sua incubadora. O outro grande objetivo do Porto Digital Europa é ser um catalisador de internacionalização de empresas europeias para o Brasil”, explica.
Segundo João, já está em curso um projeto piloto de internacionalização desenhado com o Sebrae/PE para 10 empresas do PD que deverão chegar em Portugal a partir de agosto. O objetivo é validar este programa e depois nacionalizá-lo através dos parques parceiros do Porto Digital Europa: “Para além das empresas que fazem parte deste projeto piloto, estamos com varias outras em processo de internacionalização para o Porto Digital Europa, como é o exemplo do CESAR.”
A expectativa do Porto Digital Europa é ter, até ao final deste ano, 50 empresas brasileiras embarcadas fisicamente e 50 embarcadas virtualmente.
“O programa Embarque Virtual está sendo criado para permitir que empresas que ainda não tenham tomado a decisão de se internacionalizar possam ir participando do ecossistema europeu de forma que possam tomar a decisão do jeito mais seguro possível. No modelo de Embarque Virtual as empresas poderão, entre outros serviços, ter acesso à área de membros do site do Porto Digital Europa, a oportunidade de acompanhar os lançamentos de editais programas europeus de fomento, dez horas por anos de mentoria de internacionalização e uma pesquisa de mercado”, explica João.
Internacionalização à vera
Fellipe Sabat, superintendente de Inovação do Porto Digital, reforça o objetivo: “Um dos propósitos do PD Europa é criar uma comunidade de startups e empresas de tecnologia brasileiras na Europa com interesse em comum de expandir seus produtos e seus negócios no mercado europeu”.
“Hoje a gente está com um programa de aceleração para internacionalização com 10 empresas de tecnologia aqui do Porto Digital que estão recebendo mentoria, estão se conectando com o mercado europeu e submetendo à linhas de fomentos para acesso ao mercado de lá”, detalha Sabat.
A startup de soluções tecnológicas Di2win faz parte deste primeiro grupo. “Acho que o legal dessa história é estar com o apoio do Porto Digital. A gente chega com o branding junto com outras empresas para um processo mais encorpado”, comenta o CEO Paulo Tadeu.
O Sebrae faz parte deste trabalho como parceiro e investidor. “É uma parceria que a gente vê de muita estratégia, muito futuro para o nosso ecossistema. O Sebrae entra com uma estrutura que, além de financiar parte desse trabalho, traz um escopo operacional. Baseado em fichas de inovação, o Sebrae ajuda na construção dessa estratégia tentando entregar um resultado efetivo ao final”, explica Péricles Negromonte, analista de negócios do Sebrae.
Arthur Petrus, CEO da Mapi, tem uma startup voltada para manutenção de imóveis. “Estamos na mesma parte do programa, onde foi feito o nivelamento de informações e agora estamos fazendo de fato as mentorias específicas de venda, recursos humanos, entre outras. Agora realmente pousando mais em Portugal”, descreve.
Murilo Salgado, relatioship developer da Loomi, aceleradora digital que constrói soluções em Design, Tech e Business, explica que toda parte burocrática já foi realizada: “Agora é muito mais dever de casa: fazer pesquisas, entender nossos concorrentes, parte de precificação, entender qual produto vamos levar para o mercado e como a gente vai entrar nesse mercado.”
Sabat convida empresas que possuem estratégia de internacionalização para Europa a entrar em contato com o Porto Digital para serem direcionados para o melhor programa, a melhor trilha, para receber apoio à empresa no esforço de expandir recursos para o mercado europeu.
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