Um conjunto de três imóveis, localizados na Rua do Apolo nº 175, nº 181 e Av. Cais do Apolo nº 212, no Bairro do Recife, resultam na edificação denominada C.A.I.S. do Porto, que recebe o endereço de registo da Rua do Apolo 181 e é berço do Portomídia – hub de Economia Criativa do Porto Digital, desde 2013. Agora, a partir da Lei Rouanet e empresas parceiras, o hub recebe quase R$ 11 milhões e se prepara para passar por uma reestruturação em todos os sentidos. A expectativa é que a requalificação do Portomídia esteja disponível ao público no segundo semestre de 2025.

Portomídia recebe aporte de quase R$ 11 milhões da Lei Rouanet e empresas parceiras (Imagem: Daniela Nader/Porto Digital)

O Portomídia está fechado desde a pandemia da Covid-19, quando os serviços foram paralisados por questões de segurança sanitária. Além disso, os equipamentos ficaram obsoletos. Agora, a expectativa é reinaugurar o imóvel em duas etapas: salas comerciais no final de 2025 e a parte de laboratórios e equipamentos destinados à Economia Criativa no primeiro semestre de 2026.

Isso só é possível por causa dos mais de R$ 11 milhões que o Portomídia recebeu do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de empresas parceiras, como o Instituto Neoenergia, a Shell e a Monsanto.

“A  ideia de fazer o Portomídia 2.0 surgiu, quando o BNDES lançou um edital para recuperação de patrimônios históricos em 2021. Submetemos a proposta e fomos contemplados dentro do edital ‘Resgatando as Histórias’, que além do BNDES, também contou com aportes financeiros das empresas: Instituto Neoenergia, a Shell e a Monsanto”, explica  Júlia Machado, gerente de projetos na área de arquitetura e urbanismo do Porto Digital.

A verba será utilizada para realizar os projetos de arquitetura, projetos complementares de engenharia e para realizar todas as obras de reforma do imóvel para receber laboratórios e espaços comerciais voltados para a temática da Economia Criativa.  

“A previsão é de fazermos uma reforma geral no imóvel. Além de fazermos uma revisão nas infraestruturas (elétrica, telecomunicações, climatização artificial e elevadores) do edifício, vamos também gerar atualização das plantas dos pavimentos, para que estas atendam aos novos usos planejados. E tudo isso será projetado e executado, conforme o preceituado pelas normas e legislações vigentes, que incidem sobre o imóvel, tanto em nível municipal (Leis Municipais), quanto em nível estadual (Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco – CBM/PE) e federal (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN). Por fim, após a reforma, o imóvel ainda será dotado de equipamentos, para só então ser entregue para uso”, detalha a gerente do projeto.

Também está contemplado nesta verba algumas ações para funcionamento do imóvel durante o período dos seis primeiros meses. São ações como treinamentos, eventos, cursos, masterclass, entre outros.

“Desde 2013 a Economia Criativa faz parte dos negócios do Porto Digital. Nos primeiros anos a gente tinha um fomento muito grande, direcionado para os negócios ligados ao audiovisual. E a ideia agora, é que a gente consiga agregar outras áreas de conhecimento, principalmente games e estúdios de gravação. Deveremos até mesmo ter um laboratório, que simule uma arena de games, para que empresas que trabalham nessa área, possam utilizá-lo, visando melhorar os seus produtos a partir de simulações de situações reais de usos dos mesmos. Vamos ter também salas comerciais disponíveis, para que empresas ligadas à área da Economia Criativa possam se instalar e estar o mais perto possível, tanto desses laboratórios que vão ser executados, quanto dos projetos e programas a serem desenvolvidos pelo Hub”, descreve Julia. 

Portomídia recebe aporte de quase R$ 11 milhões da Lei Rouanet e empresas parceiras (Imagem: Acervo/Porto Digital)

Você conhece o Portomídia?

Em 2013 foi criado o Portomídia, um hub do Porto Digital, que visava a atração de investimentos e serviços, para as diversas áreas da Economia Criativa. Considerando a ausência de equipamentos voltados para a pós-produção nas áreas de cine, vídeo e animação no mercado local, o Portomídia chegou para suprir essa lacuna e funcionar como suporte aos pequenos e médios produtores de mídia. Esse fato foi determinante para que estes produtores elevassem consideravelmente o padrão das obras produzidas.

Projetos notáveis, como “Boi Neon,” “O EX Mágico”, “Aquarius”, “Divino Amor” e “Bacurau” foram “laureados” em festivais nacionais e internacionais, consolidando a importância do Portomídia na pós produção de filmes de destaque. 

Um destaque especial vai para “A Noite do Fogo”, que obteve reconhecimento em Cannes e a subsequente indicação ao Oscar em 2022 evidenciam a excelência promovida pelo Portomídia, colocando-o em pé de igualdade com os maiores estúdios de Hollywood.

Enquanto estava ativo, o hub ofereceu cursos que capacitaram mais de 600 profissionais ao longo dos anos. A presença de nomes como da colorista Vanessa Taylor, conhecida por seu trabalho em obras como “O Grande Gatsby“, “Vingadores: Era de Ultron“, e “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2” ressalta a qualidade dos cursos oferecidos pelo Portomídia.

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