Primogênita de três irmãos, Larissa Azevedo Marques Cavalcanti de Albuquerque, de 19 anos, é também pioneira na família quando o assunto é educação: ela é a primeira a se formar em um curso de Ensino Superior, graças ao Embarque Digital – programa do Porto Digital, em parceria com a Prefeitura do Recife, que fornece bolsas a estudantes nas áreas de tecnologia em instituições privadas. A partir desta segunda-feira (19), ela inicia o mestrado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Recifense, Larissa concluiu o Ensino Médio no EREM Professor Trajano de Mendonça, em Jardim São Paulo, Zona Oeste da capital pernambucana. Esses são alguns dos pré-requisitos para fazer parte do Embarque Digital: morar no Recife, ter estudado em escola pública no Ensino Médio e usar a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para ingressar. Com o que acredita ser sua maior conquista, cursou Sistemas para Internet na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).
“[Sentimento de] conquista, né? Meus pais e minha avó sempre se esforçaram ao máximo e investiram muito em meus estudos para conseguir realizar todos os meus sonhos”, comemora Larissa.
A estudante ingressou no mercado já no segundo período do Embarque Digital. Profissionalmente, passou seis meses na empresa CN Tech e, atualmente, divide a rotina como front-end júnior na Opa Games, onde vai completar um ano de serviços prestados, e como aluna do mestrado na UFPE.
“Quem me incentivou foram os professores da Unicap. Eu sempre gostei bastante da área acadêmica, de estar na sala de aula, e tive um professor que é programador de manhã e à noite professor, Daniel Bezerra, que me apoiou muito, além dos professores Rafael Roque, Gabriel Fernandes e Iago Rodrigues”, conta Larissa.
Daniel, que faz doutorado no CIn, a ajudou com o pré-projeto e com a documentação. “Eu fiquei muito ansiosa esperando o resultado. A minha área escolhida foi Engenharia de Software e Linguagem de Programação, e o meu tema que é Observatório da Maturidade de Projetos. Vou desenvolver durante esses dois anos e usar um pouco de tudo”, descreve.
Larissa defende que o mestrado é fruto da acertada decisão de ingressar no Embarque Digital: “Eu optei pelo Embarque Digital tanto por ser um curso tecnólogo com uma duração mais rápida, quanto pelo fato de ter um ingresso mais rápido no mercado, que foi o que aconteceu comigo. Uma trajetória cheia de desafios e conhecimento. Tanto as residências quanto as oficinas, as mentorias e a própria instituição, a gente acaba desfrutando de muita coisa. A gente pode usufruir ao máximo do que o Embarque Digital oferece para, como estudantes, ter retorno futuramente.”
Para quem tem a oportunidade de fazer parte do programa de bolsas, a dica de Larissa é “não pensar duas vezes”: Mergulhe de vez, porque as oportunidades que o Embarque traz ‘pra’ (sic) gente são absurdas e imensas. Vai ser um desafio muito massa. Vá com tudo que vai ter retorno com certeza!”
Aula magna 2024.2
Na sexta-feira (16), alunos das seis instituições privadas, contemplados pelo programa de bolsas Embarque Digital 2024.2, se encontraram no Teatro Luiz Mendonça, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, para a primeira aula, também conhecida como Aula Magna.
Na oportunidade, se reuniram os alunos das seis instituições que fazem parte do programa: Unicap, CESAR School, Universidade Tiradentes (Unit), Senac, Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau) e Faculdade Imaculada Conceição do Recife (FICR).
Os estudantes foram recebidos pelo presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, e pelo secretário de Educação do Recife, Fred Amâncio. Houve também uma roda de conversa entre Luana Alves, psicóloga e analista de Inovação do Porto Digital e Lena Diene, product manager na Acqio.
Tanto investimento na educação especificamente neste ramo não é à toa. De acordo com levantamento da Brasscom, o mercado de tecnologia no Brasil vai gerar 797 mil vagas de emprego até 2025. Com o Embarque Digital, Pernambuco é o estado que mais forma estudantes na área da tecnologia.
A pesquisa mostra também que o Brasil segue como o 10° maior país em produção de TIC no mundo, representando 30% do mercado de empresas de tecnologia na América Latina (crescimento de 8,5%).
Vale destacar, também, que o Macrossetor — grupo formado pelo setor de TIC (empresas de tecnologia), Telecom (operadoras de telecomunicações) e TI In House (contingente de profissionais de tecnologia que atuam em empresas de outros setores), já empregou 2,05 milhões de profissionais, equivalente a 4% dos empregos nacionais, com incremento de 29 mil novos postos de trabalho, com uma média salarial 2,1 vezes maior que a média nacional.
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