Uma base no Recife para expansão em todo o Nordeste. Esse é o objetivo de Marcelo Vitoriano, que está à frente da Specialisterne Brasil. Presente em 25 países, a Specialisterne é referência no aproveitamento das habilidades de pessoas no Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) para soluções do mercado de trabalho da tecnologia. Segundo Vitorino, a empresa brasileira chega à capital pernambucana por meio de uma parceria com o Porto Digital, distrito de inovação referência no Brasil, que agora disponibiliza seus espaços para treinamentos, workshops e capacitações dos seus talentos atípicos.

Specialisterne chega ao Porto Digital e mira em expansão no Nordeste (Imagem: Divulgação)

“Queremos ter uma unidade no Recife como São Paulo e Rio de Janeiro. Que seja uma base para o Nordeste inteiro. Já contratamos um diretor regional. Ao todo são mais de 10 mil pessoas profissionalizadas no Brasil pela Specialisterne e mais de 500 mil em todo o mundo”, comemora.

Como funciona a Specialisterne

CEO da empresa brasileira, Vitorino conta como os feedbacks que recebem das empresas parceiras sinalizam que o trabalho está dando certo. “As empresas que incluem [os membros atípicos] nos dão feedback de que os times, a partir da experiência, ficam mais colaborativos e humanizados”, explica.

Fazem parte desses depoimentos diversos gestores que falam sobre o grau de engajamento que reverberam em recursos, uma vez que retém esses talentos: “A inclusão traz isso para as equipes.”

Falar de inclusão é falar também de profissionalização. Segundo Vitorino, as pessoas atípicas que chegam à Specialisterne Brasil passam por workshops até que estejam prontas para ingressar no mercado. O mesmo acontece com o outro lado da moeda. As empresas que vão receber esses talentos também passam por um treinamento para adequar a rotina ao máximo.

“É preciso que as empresas entendam quem são essas pessoas, suas principais características, a acessibilidade que vão precisar, o fator de hipersensibilidade a luz… Pequenas dicas que podem fazer a diferença na vida do profissional”, detalha Vitorino.

Ele explica que no caso do público da Specialisterne Brasil, o tipo de comunicação é muito diferernte, mais direto e objetivo: “Há dificuldade de entender piadas ou palavras subjetivas. São muito literais, fazendo com que a comunicação seja muito mais clara e objetiva. Isso ajuda os líderes a serem mais diretos com todas as pessoas.”

A experiência da empresa no ramo mostrou que as pessoas atípicas, ainda que tenham dificuldade de interação social e comunicação, têm um grau de atenção e concentração diferenciado. “Um raciocínio lógico diferenciado. Para atividades que demandam muita persistência, eles trazem soluções fora da caixa por pensarem diferente”, explica Vitorino.

A percepção do CEO é de que a inclusão melhora o clima da empresa, a cultura, o engajamento, com entregas boas. “E faz bem pra sociedade como um todo porque se a empresa contrata e tenho um filho autista, passo a ver o futuro de forma diferente, uma luz no fim do túnel. A inclusão valoriza a diversidade, a equidade e a inclusão”, finaliza.

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