Por Luiz Maia e Filipe Braga*
O Pix, meio de pagamento instantâneo lançado pelo Banco Central (BC) em outubro de 2020, consolidou-se como uma ferramenta essencial para transações financeiras no Brasil, e em Recife não é diferente. Um estudo do Porto Digital revela um crescimento notável no uso do Pix na capital pernambucana, tanto por pessoas físicas quanto jurídicas, impulsionando a digitalização dos meios de pagamento e a economia local.
A popularização do Pix no Recife é evidente na quantidade de pagadores que aderiram à modalidade. De acordo com dados do BC, comparando maio de 2025 com o mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 6,1% no número de pessoas físicas utilizando o Pix, totalizando quase 1,2 milhão de usuários. O crescimento entre as pessoas jurídicas foi ainda mais expressivo, atingindo 14,0%, com mais de 88,9 mil CNPJs ativos, o que demonstra a crescente integração do Pix nas atividades comerciais da cidade.

Volume financeiro em ascensão
O volume financeiro movimentado via Pix no Recife alcançou a impressionante marca de R$ 19,8 bilhões em maio de 2025, representando um crescimento de 38,0% em comparação com maio de 2024. Este avanço foi impulsionado pelo aumento de 21,9% no volume transacionado por pessoas físicas e um robusto crescimento de 55,8% entre as pessoas jurídicas. Esse aumento nominal reflete não apenas a inflação, que eleva o valor das transações, mas também a crescente popularidade do Pix como meio de pagamento.
Ferramenta comercial essencial
A tendência de crescimento do volume financeiro indica um amadurecimento do Pix, que vai além de uma simples ferramenta para transferências entre indivíduos. Ele se estabelece cada vez mais como um instrumento essencial para as atividades comerciais, facilitando pagamentos e reduzindo custos, especialmente em transações de menor valor e alta frequência.
Quantidade de transações: pessoas físicas e jurídicas

A análise da quantidade de transações revela mudanças significativas no comportamento dos agentes econômicos. As pessoas físicas continuam sendo as principais usuárias do Pix, sendo responsáveis por 81,9% do total de transações, com mais de 52 milhões de transferências em maio de 2025, um aumento de 21,0% em relação a maio de 2024. Contudo, as pessoas jurídicas apresentaram um crescimento espetacular de 257,7% na mesma base de comparação, saltando de 3,2 milhões para mais de 11,4 milhões de transações.
Valor médio das transações
Embora as pessoas físicas realizem um número muito maior de transações, o volume financeiro total transacionado por elas foi superado pelas pessoas jurídicas. Isso pode ser explicado pela diminuição do valor médio das transações do Pix. Em maio de 2025, o valor médio das transações de pessoas jurídicas reduziu 56,4% em comparação com o ano anterior, o que pode indicar um aumento na adesão ao Pix por parte desse segmento para operações rotineiras de menor valor. Por outro lado, o valor médio das transações de pessoas físicas permaneceu relativamente estável, com um pequeno crescimento de 0,7% no mesmo período, sugerindo a manutenção do padrão de uso por esse grupo.
Luiz Maia é professor de Economia e Finanças na UFRPE e pesquisador do Porto Digital
Filipe Braga é professor universitário, conselheiro do Corecon-PE e analista de inovação no Porto Digital
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