Há um mês no ar, o Censo Tech já reuniu 75 respostas de profissionais e fundadores de empresas brasileiras de tecnologia residentes em Portugal. O levantamento, conduzido pelo Cais do Porto, apresenta um panorama inicial e inédito sobre a presença brasileira no ecossistema tecnológico português, revelando padrões de migração, perfil empresarial, tecnologias utilizadas e principais desafios enfrentados no país.

Presença brasileira no ecossistema tech de Portugal ganha retrato inédito em novo censo

Principais destaques

Origem e localização

  • 64% dos participantes vieram dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro;
  • A maioria reside entre as regiões Centro e Norte de Portugal, com maior concentração em Aveiro, Lisboa e Porto.

Tempo em Portugal

  • 38% estão no país há menos de 1 ano, sugerindo uma onda recente de chegada de profissionais do setor tecnológico;
  • 27% têm entre 1 e 3 anos de residência;
  • 35% atuam há mais de 3 anos em território português.

Perfil das empresas

  • 72% são micro ou pequenas empresas;
  • 63% operam no setor de Tecnologia da Informação, software e automação;
  • 58% trabalham majoritariamente no modelo B2B.

Tecnologias mais utilizadas

As tecnologias citadas com maior frequência foram:

  • Cloud Computing (54%)
  • Desenvolvimento Web (49%)
  • Automação e Integrações (44%)
  • Inteligência Artificial (41%)

Participação feminina

  • 41% das empresas têm menos de 20% de mulheres nas equipes;
  • Apenas 18% contam com mais de 30% de mulheres em cargos de gestão.

Produtos e serviços

  • 67% oferecem serviços especializados (consultoria, desenvolvimento, integração de sistemas);
  • 45% possuem produtos próprios, como soluções SaaS.

Relação com o Brasil

  • 52% já tinham empresa ativa no Brasil antes de se estabelecerem em Portugal;
  • Desses, 61% continuam operando simultaneamente nos dois países;
  • Entre os que não possuíam operação anterior no Brasil, 48% consideram abrir mercado no país.

Processo de internacionalização

  • 47% expandiram para Portugal de forma orgânica, sem apoio institucional;
  • 21% utilizaram redes de contato e parcerias;
  • 13% vieram através de programas de apoio ou fomento.

Principais Dificuldades no Ecossistema Português Citadas Pelos Entrevistados

  • Burocracia e processos administrativos (67%)
  • Falta de informação estruturada (52%)
  • Custos iniciais e contabilidade (39%)
  • Adaptação ao enquadramento legal e fiscal (34%)

“Os resultados iniciais do Censo Tech mostram um ecossistema diverso e em crescimento, com forte presença de microempresas, movimento recente de migração e grande potencial de integração entre os mercados brasileiro e português. Os dados também evidenciam a necessidade de orientação e apoio para negócios em fase de implantação ou expansão em Portugal”, explica Marcela Valença, Country Operations Manager do Cais do Porto.

SOBRE O CENSO TECH

O Censo Tech foi lançado pelo Cais do Porto no dia 7 de novembro, durante o Brazil Tech Days. As perguntas ajudam a entender padrões de migração, áreas de atuação, funções desempenhadas, cidades de residência e principais desafios enfrentados.

O Censo Tech é uma ferramenta gratuita, a participação dos profissionais é voluntária e confidencial, voltada para profissionais freelancer (empregados ou desempregados) ou que trabalhem para alguma organização e ainda para empreendedores da área.

 As informações coletadas são utilizadas exclusivamente para fins de pesquisa e análise agregada, sem divulgação de dados pessoais identificáveis.

O conjunto dos dados fornecidos pelos entrevistados vai ajudar o Cais do Porto a criar programas para ajudar a fortalecer a comunidade tech brasileira em Portugal e a propor políticas públicas para aproximar mais os ecossistemas de inovação de Portugal e do Brasil. Participe!

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