Com informações de Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil

A moeda virtual que equivalerá ao dinheiro brasileiro em circulação já tem nome. O Real no formato digital se chamará Drex, confirmou ontem (segunda, 7/8) o economista do Banco Central Fabio Araujo, coordenador da iniciativa, em live semanal da autoridade monetária no YouTube.

DREX, nome do Real Digital

Segundo o anúncio, cada letra do Drex equivale a uma característica da ferramenta. O “D” representar a palavra digital; o “R” representa o Real; o “E” representa a palavra eletrônica; e o “X” passa a ideia de modernidade e foi inspirado na última letra do Pix, modelo de transferência financeira criado em 2020.

A novidade pretende facilitar as transações comerciais no País. “A solução, anteriormente referida por Real Digital, propiciará um ambiente seguro e regulado para a geração de novos negócios e o acesso mais democrático aos benefícios da digitalização da economia a cidadãos e empreendedores”, descreveu o órgão por meio de nota.

Entenda mais

Diferentemente das criptomoedas, cuja cotação é atrelada à demanda e à oferta e tem bastante volatilidade, o Drex terá o mesmo valor do Real. Cada R$ 1 valerá 1 Drex, com a moeda digital sendo garantida pelo Banco Central, enquanto as criptomoedas não têm garantia de nenhuma autoridade monetária.

Moeda de atacado, não de varejo, o Drex não será acessado diretamente pelos correntistas, mas por meio de carteiras virtuais atreladas a uma instituição de pagamento, como bancos e correspondentes bancários. O cliente depositará nessas carteiras o correspondente em dinheiro e poderá fazer transações com a versão digital da moeda.

Na prática, o Drex funcionará como um primo do Pix, mas com diferentes finalidades e escalas de valores. Enquanto o Pix obedece a limites de segurança e é usado, na maior parte das vezes, para transações comerciais, o Drex poderá ser usado para comprar imóveis, veículos e até títulos públicos.

Testes

Em testes desde o início do ano, o anteriormente chamado Real digital deve estar disponível para a população só no fim de 2024. Em março, o BC escolheu a plataforma a ser usada nas transações. Nos últimos meses, a autoridade monetária habilitou 16 consórcios para desenvolverem ferramentas e instrumentos financeiros que serão testados no novo sistema.

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília – Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Previstos para começarem em setembro, os testes com os consórcios ocorrerão com operações simuladas e testarão a segurança e a agilidade entre o real digital e os depósitos tokenizados (ativos reais convertidos em digitais) das instituições financeiras.

Os ativos a serem usados no projeto piloto serão os seguintes: depósitos de contas de reservas bancárias, de contas de liquidação e da conta única do Tesouro Nacional; depósitos bancários à vista; contas de pagamento de instituições de pagamento; e títulos públicos federais. Os testes serão feitos em etapas, com as transações simuladas com títulos do Tesouro Nacional sendo feitas apenas em fevereiro do próximo ano.

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