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#Embarcados: série de reportagens conta história e futuro de estudantes
“Sou a prova de que as oportunidades estão ao alcance de quem acredita”
Há pouco tempo, Franklin cursava a graduação de Secretariado Executivo na Universidade Federal de Pernambuco, vendia doces e brownies em paradas de ônibus e nos intervalos das aulas, para ajudar na renda. Era um comércio caseiro que ele havia começado a ajudar a mãe, ainda no Ensino Médio, e que tinha potencial. O dinheiro começava a chegar, com esforço, e ajudava em casa a pagar as contas e custear a compra de pequenos itens de consumo. Os pontos de vendas se multiplicavam. “Sempre tive perfil empreendedor”.
A talentosa mãe de Carlos, Michelle, seria depois um case de sucesso. Ela liderava a produção, ele cuidava da marca e ajudava na produção nos intervalos da faculdade, e administrava o posicionamento dela frente ao mercado. A pandemia facilitou a expansão do negócio porque Franklin pode contribuir com o projeto e colocar a mão na massa. O atelier, muito bem equipado e com ar condicionado tinindo, é o espaço dos sonhos de toda confeiteira – com direito a acessórios pendurados na parede, como peneiras e colheres de todos os tipos, em rosa bebê e detalhes em azul ciano.
Mas, na faculdade ou com os doces e bolos, sempre havia o questionamento: “será que estou no caminho certo?”. Temia, porém, queda da receita que causaria na família ao deixar os doces. Uma conversa franca com os pais lhe deram a segurança de mudar de foco e rumo: “Deus tem algum propósito para mim nisso porque eu pedi isso. Então, acho que preciso dar dois passos para trás agora”.
Os pais, seu Carlos e a mãe Michelle, responderam: “Ficará difícil, mas a gente dá um jeito. Vá!”. Sobre o apoio dos pais e da namorada, afirma: “Contar com o apoio de pessoas que estão ao meu lado durante esses momentos de transição é fundamental. Ter essa presença ao meu lado e saber que posso contar com ela nos momentos de ansiedade, quando a mente está sobrecarregada, é um verdadeiro alívio. Antes de embarcar em uma nova etapa profissional e jornada tecnológica, essa certeza de poder contar com ela para ser o meu porto seguro sempre me reconforta”.
Franklin curtia e tinha interesse por tecnologia. Quando se matriculou e entrou na Faculdade Senac, para a segunda turma do Embarque Digital, já no primeiro semestre se apaixonou pela área de gestão de projetos. “Ali, eu disse para mim mesmo: é aqui que eu tenho que estar é aqui que vai começar uma nova história. Vou focar nisso”.
O tempo de dedicação ao estudo e aos projetos, a necessidade de se destacar de alguma forma não estava sendo suficiente. “Uma professora me disse nessa época que ‘quando a gente tenta abraçar o mundo, as empresas acham que você não vai abraçar o projeto delas’. Ouvir isso foi a minha virada de chave”. A partir de então, resolveu se reposicionar, fazer escolhas e mirar de forma mais objetiva no que queria.
O menino da Caixa d’Água descobriu que queria ser gerente de projetos. Foi contratado há pouco mais de três meses por uma empresa de realidade virtual do exterior. Menos de duas semanas depois de assumir o posto, o jovem estudante do Embarque Digital, “de Caixa D´Água”, como gosta de frisar, foi promovido a gerente de audiovisual da empresa.
Silvia Bessa é jornalista. Gosta de revelar histórias que se escondem na simplicidade do cotidiano. Venceu três vezes o Prêmio Esso e tem quatro livros publicados
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