O desejo de Daniel Paixão no sentido de promover a “revolução” periférica parte de uma pergunta: “Como impactar o seu território?”. Inserido no movimento como transformador social desde os 14 anos, ele acredita que é preciso investir no processo de relacionamento com os diferentes territórios, percebendo as nuances de cada um. Essa observação cuidadosa é importante, crê, porque baliza projetos mais assertivos e promove a integração de mais pessoas em movimentos coletivos maiores.
A rede periférica de Pernambuco é conhecida por uma característica: é muito conectada e entrosada. As pessoas se conhecem; os ativistas promovem movimentos em conjunto. Por vezes, buscam integração com outros jovens periféricos de outras regiões e capitais do País.
“Era fundamental o REC’n’Play abordar essas questões, até porque muitas empresas podem gerar mais oportunidades”, analisa Daniel. Oportunidades que, bem destaca ele, serão capazes de combater as desigualdades sociais que assolam não só Pernambuco, como todo o Brasil. “Penso que temos de acreditar no digital, no social, e acreditar nas tecnologias originárias ancestrais. Essas que nascem nos territórios de pessoas negras e periféricas, para que elas possam sobreviver em meio a sua realidade”.
Dentro da proposta que vem desenvolvendo há cerca de oito anos na sua organização social e como parte do processo de debate que mantém com outros ativistas sociais, Daniel Paixão resume o REC’n’Play de 2023, sob o guarda-chuva temático das pontes que ligam as margens. “Eu acho que o Festival deixa um legado de esperança, um legado de renovação, e um legado mostrando que juntos, em ecossistema, a gente consegue transformar as vulnerabilidades em oportunidades”.
Continuação da série VOZES DO REC’N’PLAY com Daniel Paixão
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“A periferia é revolucionária”
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Silvia Bessa é jornalista. Gosta de revelar histórias que se escondem na simplicidade do cotidiano. Venceu três vezes o Prêmio Esso e tem quatro livros publicados
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