Matéria de Giovanna Carneiro, publicada pelo portal Marco Zero – Fotos de Arnaldo Sete
Cria do bairro do Ibura, na zona sul do Recife, Luana Maria acredita que a tecnologia é uma ferramenta de transformação social capaz de desenvolver políticas de bem viver para as pessoas negras, LGBTQIA+ e periféricas. Jovem trans, a programadora e diretora executiva da Pajubá Tech vai representar Pernambuco na Data Privacy Global Conference, a conferência internacional que realiza debates sobre o ecossistema regulatório dos direitos digitais e novas tecnologias, que acontece em São Paulo esta semana.
“Eu vou para aprender e também para marcar território e dizer que a nossa população preta, LGBT e periférica pode estar dentro desses espaços e pode ainda ocupar cargos de liderança”, afirmou a jovem mobilizadora social de 23 anos. Luana Maria tem o sonho de utilizar seus conhecimentos na área de tecnologia e programação para criar soluções práticas para os problemas sociais que incidem dentro de sua comunidade, sobretudo para mudar a realidade de violência enfrentada pela população trans.
“Eu vejo que a tecnologia está cada vez mais abrindo vagas afirmativas para a diversidade e, ao mesmo tempo, eu me vejo inserida em um contexto desumano onde Pernambuco lidera como um dos estados que mais mata pessoas trans no Brasil, por isso que meu trabalho é voltado para uma tecnologia social, que seja capaz de proporcionar soluções diversas para as problemáticas da quebrada”, declarou a programadora.
Movida pela curiosidade e pela inquietação, a trajetória de Luana tem muito a nos ensinar sobre a potência intelectual e estratégias de resistência da juventude negra e periférica que lutam para conseguir promover mudanças e melhorias não só para si mesmo, mas para toda a sua comunidade. Além de ressaltar a importância da educação pública na formação de lideranças. Sendo assim, deixemos Luana conduzir este relato.
Ingresso na área de tecnologia
“Eu fui nascida e criada lá no Ibura, que é um bairro que tem o desenvolvimento humano bem baixo, uma das periferias mais violentas do Recife e Região Metropolitana e sempre foi um desafio muito grande para gente viver dentro da periferia. Mas ao mesmo tempo o Ibura é uma fábrica de artistas, de pessoas multiplicadoras. E então, em 2017, eu comecei a me empoderar e pensar nas soluções para os desafios do nosso cotidiano porque eu sou essa pessoa que gosta de propor soluções. Foi aí que, enquanto articuladora social, eu cofundei um coletivo chamado Favela LGBT, que é um coletivo que visa, principalmente, dar visibilidade a artistas LGBTs na periferia”, conta Luana.
A matéria completa pode ser lida no link https://marcozero.org/quem-e-a-jovem-trans-que-vai-representar-pernambuco-em-conferencia-global-de-seguranca-de-dados/
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