A OpenAI mexeu com o mercado da tecnologia ao apresentar suas novas ferramentas cada vez mais inteligentes e autônomas. Para alguns, a impressão é que em poucos anos as máquinas irão começar a operar sozinhas – e daí vem a fatídica pergunta que todo mundo já se fez um dia: seremos substituídos? Para o professor Rafael Toscano, do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Centro Universitário AESO – Barros Melo, instituição embarcada no Porto Digital, a possibilidade existe.

Novidades da semana desafiam tecnologia x mão de obra humana (Imagem: Freepik)

Um anúncio sobre as novidades da OpenAI foi feito pela CTO Mira Murati, em um evento transmitido ao vivo diretamente dos Estados Unidos nesta semana. Entre as novas atualizações está o ChatGPT disponível para todos os usuários, o que é uma “mão na roda” para quem trabalha na parte textual.

Ele também se tornou um aplicativo para desktop 100% disponível para revisar conteúdos em tempo real e auxiliar em diversas tarefas, como criação de e-mails e desenvolvimento de códigos. 

Outra novidade apresentada foi o novo modelo GPT-40, capaz de interagir com áudio, imagem e texto em tempo real. Ou seja, é a mesma dinâmica do ChatGPT que já conhecemos, agora multimídia. Ele deve começar a operar dentro das próximas semanas. O novo modelo também melhorou a qualidade e a velocidade do ChatGPT para 50 idiomas diferentes, além de expandir a memória. 

Fato é que a partir de agora esses assistentes personalizados podem melhorar a eficiência das operações empresariais ao automatizar tarefas repetitivas em milissegundos. Se estivéssemos há poucos anos atrás estaríamos dizendo: “Isso é muito Black Mirror”,  mas o desafio é encarar como um novo normal.

Um dia depois dos anúncios da OpenAI foi a vez do Google desafiar a mão de obra humana. Em um evento também realizado nos Estados Unidos e transmitido on-line, o Google anunciou o  uso de inteligência  artificial em funcionalidades como Gmail, Google Maps e Android. 

Além disso, apresentou atualizações do Gemini, seu chatbot inteligente (concorrente do ChatGPT) com atualizações bem parecidas às do OpenAI. O Gemini 1.5  também conseguirá interpretar documentos mais extensos, vídeos e áudios, além do texto – escalonando de vez como ferramenta multimídia.

Por fim, mais uma ferramenta foi apresentada como IA. Dessa vez, a Veo: capaz de criar clipes em alta definição em poucos minutos a partir de comandos de texto. A novidade já tem um concorrente direto: a Sora, também da OpenAI.

Ser humano obsoleto?

Para o professor Rafael Toscano, a substituição entre homem e máquina não está tão irreal quanto alguns pensam. “Eu acredito muito na frase que diz:  ‘Se você vem trabalhando como uma máquina, certamente vai ser substituído por uma’.” 

Rafal aqui está falando do esforço repetitivo, das atividades que não se utilizam da humanidade, da criatividade e de grandes ideias. “Fatalmente serão substituídos pela IA. Muitas coisas serão repaginadas, mas as humanidades sempre vão fazer a diferença. É isso que nos faz diferentes dos outros animais da  natureza”, justifica. 

Segundo o professor, “medo” é uma palavra muito forte para o contexto que estamos vivendo: “A história narra insights do que vai acontecer. Precisamos de atenção plena, de constante renovação para ser capaz de estar sempre na  crista da onda. Atualizarmo-nos para ter mais espaço nesse novo mundo que está se desenhando.”

Para Rafael, os desafios de lidar com tanta tecnologia são grandes. O maior deles, o sentimento de substituição. Em seguida, os entraves éticos dentro da gama de  dados que está ofertada: “São dilemas éticos em relação ao  uso desses dados para que não invada a privacidade das pessoas. O desafio é entender esses limites e pensar quais são as regulamentações que precisamos enquanto sociedade.”

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