“Um salto de fé”: é assim que Fernando Aureliano define sua entrada no empreendedorismo em parceria com Henrique Carvalho, que culminou na criação da startup FH Data Analysis. Negócio esse que passou pela pré-incubação do Porto Digital, o maior distrito de inovação da América Latina, e chegou a faturar 25 vezes mais a partir desta parceria.
A pré-incubação de startups é uma etapa inicial do processo de apoio a empreendedores e empresas em formação. No Porto Digital, o seu objetivo principal é ajudar ideias e projetos a se transformarem em startups viáveis, fornecendo orientações, capacitações, recursos e estrutura básica para que possam avançar para fases mais maduras, como a incubação ou aceleração.
No caso de Fernando e Henrique, a demanda veio antes mesmo da oferta. Ambos lembram que eram abordados por colegas e parceiros – antes até de oferecerem serviços – perguntando se estavam trabalhando com dados. “Sempre tivemos o desejo de ter um negócio juntos. Com as oportunidades surgindo, porque não testar e se desafiar no empreendedorismo?”, conta Fernando.
O atual CEO da FH Data Analysis conta que tudo estava muito incerto no início e foi preciso dar “um salto de fé”: “Compramos o risco sem previsibilidade alguma. Trabalhamos muito para dar uma virada de chave”, lembra. A incerteza os acompanhou até serem impactados pela abertura das vagas para o Mind The Bizz, um programa do Porto Digital voltado para projetos ou startups em estágio inicial, para incentivar soluções inovadoras e tecnológicas, especialmente alinhadas aos setores estratégicos do distrito. O programa teve início em abril.
Os frutos
Para os líderes da startup, o Mind The Bizz foi o momento de criar conexões. Entre essas parcerias, destacam a Yapi, a BWA, a PG Química e a BS Seguros. “Esses pontos de contato ajudaram a abrir nossa visão. Dizemos que se não tivéssemos entrado no programa, as coisas não teriam acontecido dessa forma. Muito do nosso resultado final e da jornada veio do Porto Digital”, diz Fernando.
O negócio, que começou com apenas um funcionário, além dos sócios, hoje já emprega 12 pessoas diretamente e prevê abertura de quatro vagas para o início de 2025. “O faturamento cresceu 25 vezes desde abril. Isso atraiu a atenção de muitos investidores. De junho a novembro, tivemos conversas com mais de 10 investidores interessados”, contabilizam.
“Foi o nosso grande acerto do ano. Dentro do Mind The Bizz, tivemos evolução em todas as áreas da empresa. Se estávamos na dúvida de como definir nossos processos, na mesma semana tivemos treinamento sobre o assunto. Conseguimos tirar nossas dúvidas, ver o que fazia sentido e como esse caso tem vários outros”, complementa Fernando.
“O programa como um todo serviu para criar uma relação com o ecossistema do Porto Digital e nos trazer confiança. Tem todo tipo de gente (sic) no meio de startups. Gente que está sonhando, quem realmente já fez acontecer ou quem nunca conseguiu… Mas quando entrar num programa com o Mind The Bizz, aprenda e, a partir disso, prove o seu valor”, aconselha Henrique.
Para quem tem um negócio e deseja entrar em programas com o Mind The Bizz, Fernando acredita que a dica de ouro é “cair de cabeça” na oportunidade. “Nós aproveitamos muito porque participamos de todas as aulas, aproveitamos os pontos de contato com os mentores e nos dedicamos ao processo”, conta.
Ele destaca ainda que a participação de sua startup ampliou a rede de networkings, participação em eventos, além de estarem geograficamente perto dos novos clientes.
Planos para 2025
Segundo Karolline Brasileiro, coordenadora de empreendedorismo do Porto Digital, é muito gratificante ver histórias como a da FH Data Analysis, uma vez que representam o impacto que o distrito busca com programas como o Mind The Bizz.
“Nosso objetivo é criar um ambiente que conecte talentos e abra caminhos para que ideias brilhantes se tornem negócios competitivos. A trajetória de Fernando e Henrique é um exemplo de como o programa apoia o desenvolvimento de competências-chave para que pessoas empreendedoras possam validar soluções que se destaquem no mercado. O sucesso deles também reflete a força do ecossistema do Porto Digital em gerar conexões estratégicas e uma estrutura robusta para fomentar o empreendedorismo inovador”, diz.
Para 2025, o objetivo da startup com o Porto Digital é estreitar laços. “Trazer coisas de volta do que trouxeram pra gente, retribuir o que foi dado. Além disso, como empresa, queremos escalar o faturamento. A nível de time, amadurecer como organização e chegar a novos patamares escalando os produtos”, pontua Henrique.
Fernando afirma que a parceria trouxe horizontes não esperados, conexões com pessoas que levam a FH para outro patamar, com um outro nível de conexão: “Abre nossa visão para algo que não esperávamos tão cedo. A gente espera em breve estar contribuindo e estamos trabalhando para merecer isso.”
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