O lançamento da inteligência artificial desenvolvida pela DeepSeek causou um terremoto no mercado de inteligência artificial (IA). A ferramenta de chatbot da startup chinesa, disponibilizada para os usuários em janeiro de 2025, balançou os principais concorrentes – e o mercado de tecnologia como um todo. 

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DeepSeek é o nome da startup chinesa fundada em 2023 e também do seu modelo de linguagem de inteligência artificial mais atual, o DeepSeek R1. De acordo com a empresa, ele tem performance comparável ao ChatGPT o1 – o mais recente da companhia norte-americana OpenAI. 

Interface do chatbot da DeepSeek lembra seu maior concorrente, o ChatGPT. Crédito: Reprodução/DeepSeek

Como acessar o assistente virtual?

Assim como o ChatGPT, o DeepSeek conta com um assistente virtual de maneira gratuita. Você pode acessar pelo computador ou baixar o aplicativo em smartphones com sistemas iOS e Android: 

Perguntado diretamente ao chatbot da DeepSeek*, algumas das principais funcionalidades da ferramenta são:

  • Precisão e contextualização: Respostas altamente precisas e adaptadas ao contexto, minimizando erros comuns em modelos de linguagem.
  • Otimização para idiomas locais: Desempenho superior em idiomas específicos (como o português), com compreensão de nuances linguísticas e culturais.
  • Customização avançada: Adaptável a casos de uso específicos, como atendimento ao cliente, jurídico, saúde ou educação.
  • Eficiência e baixa latência: Projetado para ser rápido e leve, ideal para aplicações em tempo real.
  • Custo-benefício competitivo: Solução acessível sem sacrificar qualidade, especialmente para empresas.
  • Privacidade e segurança: Foco em conformidade com regulamentações (como LGPD e GDPR) e possibilidade de operação on-premise.
  • Integração com ferramentas empresariais: Facilidade de integração com CRMs, ERPs e plataformas de análise de dados.
  • Aprendizado contínuo: Melhora constantemente com base no feedback dos usuários, adaptando-se às necessidades específicas.
  • Suporte técnico robusto: Documentação detalhada e suporte especializado para implementação e uso.
  • Foco em aplicações práticas: Orientado para resolver problemas reais, como automação de tarefas, análise de dados e geração de insights.
  • Competitividade em relação a concorrentes: Oferece um equilíbrio entre custo, desempenho e customização, destacando-se em cenários empresariais.

*Como um detalhe, a primeira resposta da plataforma para explicar o que o DeepSeek R1 consegue fazer caiu na categoria de “alucinação” que acomete algumas respostas de assistentes virtuais. A resposta? “O DeepSeek R1 é um robô inteligente desenvolvido pela DeepSeek, projetado para oferecer uma variedade de funcionalidades avançadas”.

De acordo com a própria DeepSeek em sua documentação técnica, o R1 tem percentual de acerto que chega a superar o o1 em alguns dos testes de desempenho – mas o mais surpreendente é a diferença em relação ao modelo anterior da chinesa, o DeepSeek V3: a diferença chegou a 40 pontos percentuais.

Benchmarking elaborado pela própria DeepSeek em comparação com outros modelos de linguagem de IA. Crédito: Reprodução/DeepSeek

O que causa surpresa no mercado é o custo ligado ao treinamento e desenvolvimento da linguagem, que a DeepSeek afirma ter sido “apenas” US$ 6 milhões (cerca de R$ 35 milhões). Outros modelos, como os da OpenAI e da Google, chegam a custar centenas de milhões de dólares – e até ultrapassam a casa de bilhão.

Outro diferencial em relação a alguns dos principais concorrentes é ter sido desenvolvido em código aberto com uma das licenças de software de código aberto mais conhecidas, a MIT License.

“O Deepseek funciona de uma forma muito parecida com as outras IAs generativas que você contrata. O que a diferencia, por exemplo, do ChatGPT, Gemini ou Claude, é que o modelo da startup chinesa é de código aberto. Ou seja, você pode baixar e usar para o que você quiser sem pagar royalties, já que segue a Licença MIT”, informa o professor do Centro de Informática (CIn) da Universidade Federal de Pernambuco, Cleber Zanchettin. 

Ou seja, qualquer pessoa pode acessar a programação da inteligência e ver o que está “por baixo dos panos” – mas, não só isso: permite que qualquer pessoa use, copie, modifique e distribua o software, seja em forma de código-fonte ou binário, desde que seja incluída uma cópia do texto da licença original e o aviso de copyright.

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