Já imaginou não precisar mais carregar uma pasta cheia de documentos antes de embarcar em uma viagem? Aquela tradicional organização de papéis feita por muitas famílias pode estar com os dias contados. Isso porque uma proposta da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) — ligada à ONU — quer digitalizar documentos essenciais, como passaporte e cartão de embarque.

Fim do passaporte físico: tecnologias digitais prometem transformar a experiência nos aeroportos (Imagem: Freepik)

A proposta se baseia em tecnologias avançadas, como reconhecimento facial e biometria, para tornar o processo de viagem mais prático e seguro. Mas como, exatamente, essas tecnologias funcionam?

Segundo o portal Euronews, a ideia é automatizar todo o processo, desde o despacho de bagagens até o embarque na aeronave. De acordo com Fellipe Sabat, Head de Inovação do Porto Digital, a base dessa transformação está em sistemas de inteligência artificial e visão computacional.

“No reconhecimento facial, algoritmos analisam a imagem do rosto e extraem pontos-chave, que são convertidos em dados numéricos. Esses dados são então comparados com registros oficiais armazenados em bancos seguros”, explica Sabat.


“Já na biometria, sensores capturam características físicas, como impressões digitais ou íris, e utilizam algoritmos para verificar a correspondência com os dados cadastrados. Tudo isso ocorre em segundos, com alta precisão e segurança”, complementa.

Os testes para adoção dessas tecnologias já estão em andamento em países como Finlândia e Singapura, e em aeroportos de referência, como o Schiphol, em Amsterdã. Companhias aéreas como a Ryanair também participam da fase de testes.

A OACI defende que o novo sistema pode reduzir fraudes de identidade e aumentar a segurança em casos como o tráfico de pessoas, ao eliminar margens de erro humano e garantir a identificação precisa dos passageiros.

Sabat acrescenta que tanto o reconhecimento facial quanto a biometria funcionam com base na transformação de imagens em dados para reconhecimento de padrões:

“Ambas as tecnologias convertem imagens em dados e os comparam com registros armazenados. No caso do reconhecimento facial, há um uso mais intenso de inteligência artificial para identificar padrões específicos. Já a biometria por impressão digital, por exemplo, é uma tecnologia mais consolidada e amplamente utilizada por sua alta precisão e unicidade de identificação”, conclui.

Com a digitalização avançando, o futuro das viagens pode estar cada vez mais livre de papéis — e mais próximo do toque de um botão (ou de um olhar).

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