Por Silvia Bessa

Poderia ser sobre a disseminação da tecnologia, as possibilidades de parcerias, a propagação de ferramentas inovadoras e o aproveitamento de cada uma gerando impacto sobre as pessoas. Já seria um grande feito. O Festival REC’n’Play, no entanto, cumpre uma função maior e mais complexa.

Em sua 5ª edição, a inovação teve um amplo espaço, mas a expansão, a execução e o debate em torno da tecnologia social ganharam evidência ainda maior. Tudo foi impulsionado por uma curadoria com múltiplos rostos e perfis diferenciados, que serviram de norte, nutrindo a plateia com uma intensa programação durante quatro dias. 

Atrações e público se misturam nesse registro do palco onde aconteceu a Jornada de MC’s – Crédito: @olhardamedus4

A tecnologia social – para quem não tem aproximação com o conceito – merece aqui uma explicação, até para que se entenda a grandiosidade do conceito de Carnaval do Conhecimento, como também é conhecido o REC’n’Play. É uma tecnologia que diz respeito a um conjunto de técnicas e metodologias transformadoras, desenvolvidas ou até mesmo aplicadas com a participação ativa da população, culminando em soluções para a inclusão social e a melhoria das condições de vida das pessoas. 

O modelo do festival – promovido pelo Porto Digital, Ampla Comunicação e Sebrae-PE – destaca os convites feitos a palestrantes de peso nacional ou local, representando experiências desejadas por uma maioria de empreendedores e jovens estudantes que sonham com um mundo da tecnologia aplicada na vida cotidiana.

Foram centenas de palestrantes, comunicadoras e comunicadores, empresários e empresárias, pensadores e influenciadores compartilhando seus conhecimentos, entre os dias 18 a 21 de outubro, nas ruas do belo Bairro do Recife, dentro do ecossistema do parque tecnológica. Todos eles, alguns de forma mais contundente e outros de maneira criativa e testemunhal, serviram como inspiração para alimentar a transformação em curso e ajudar na formação desejada por uma maioria formada por jovens.

O segundo dia da série de reportagens Vozes do REC’n’Playque o Jornal Digital tem publicado todas as quintas-feiras – traz a persistente e poderosa voz de DJ BIG, artista de fôlego e precursor dos bailes de black music e rodas de break realizadas desde o Recife, se espalhando pelas periferias de todo o Estado.

DJ Big é um artista e ativista social que transforma as periferias a partir do Hip Hop – Crédito: Raynaia Uchôa

Nome conhecido e respeitado na cena musical, Big é um criativo nato que empreende com a música, dando protagonismo à música negra. Misturando o hip hop às vezes com samba, outras com o frevo e o coco – entre outros ritmos regionais -, ele mostra o caminho para muitos jovens que enxergam a cultura e a conscientização social como meio para enfrentar os desafios do cotidiano. 

DJ Big é a cara do REC’n’Play: reforça a luta por uma sociedade mais justa, inclusiva e tecnológica. Encampa um discurso de empoderamento das periferias, onde nasceu, da qual guarda orgulho e para a qual volta seus pensamentos desejando novas oportunidades e espaços para pessoas da mesma origem. 

Com a palavra, DJ BIG. Boa leitura!

Continuação da série VOZES DO REC’N’PLAY com DJ Big

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Silvia Bessa é jornalista. Gosta de revelar histórias que se escondem na simplicidade do cotidiano. Venceu três vezes o Prêmio Esso e tem quatro livros publicados

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